sábado, fevereiro 28, 2009

I Jornada Iberica da Pinha e do Pinhão em Alcácer do Sal



A fileira ibérica da pinha e do pinhão vai estar reunida em Alcácer do Sal no próximo dia 5 de Março. Representada no auditório da cidade vai estar 85 por cento da produção mundial daqueles produtos, que procurará, entre outros temas, chegar a um acordo de mercado vantajoso. Em análise estará também o processo de certificação do pinhão nacional, que deverá assumir a DOP – Denominação de Origem Protegida de “Pinhão de Alcácer do Sal”.

A organização está a cargo da ANSUB-Associação de Produtores Florestais do Vale do Sado e da UNAP – União da Floresta Mediterrânica, contando com o apoio da Câmara Municipal de Alcácer do Sal. É esperada cerca de uma centena profissionais do sector, bem como o Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, Ascenso Simões.

A abertura está prevista para as 10 horas e o primeiro assunto em análise é o balanço da última campanha e perspectivas futuras. Pelas 11h30 o tema é “ID na pinha e pinhão: State of the art em Portugal e Espanha”, seguido de “Defesa, valorização e promoção da fileira da pinha/pinhão: Iniciativas e necessidades”. A sessão de encerramento, está marcada para as 13 horas.

O pinheiro manso, árvore à qual se deve o pinhão, encontra em Portugal, em especial no vale do Sado, condições excepcionais de clima e solo para se desenvolver da melhor maneira e produzir um fruto de excelência, quer em termos de qualidade, quer em termos de rentabilidade para a indústria.
Os interessados podem obter mais informação e/ou efectuar a sua inscrição em http://www.ansub.pt/.

4 comentários:

Anónimo disse...

Li muitos dos seus artigos aqui no blog, que acho muito interessantes, mas quando diz que os almóadas foram importantes para o actual mundo islâmico, já que foram percurssores dos movimentos fundamentalistas, aí já não posso estar de acordo consigo. Aliás como é que pode dizer uma coisa dessas? Os fundamentalistas religiosos (qualquer que seja a religião) são o cancro de qualquer sociedade (infelizmente nós portugueses tivemos 48 anos debaixo de um regime fundamentalista religioso, neste caso católico, além dos mais de 300 anos de inquisição). O fundamentalismo islâmico impede o mundo islâmico de se desenvolver, além de atropelar os direitos humanos mais básicos.
Se a herança almóada no mundo islâmico foi o actual fundamentalismo religioso, então foi uma herança muito negativa, não concorda?

ARC disse...

Acho que não entendeu o que escrevi! A afirmação exposta assim sem o devido contexto poderá levar a erros de interpretação. Quando eu falo em "importante", estou-me a referir a um factor Histórico que teve início na segunda metade do século XII e cujas consequências são infelismente muito actuais e irão continuar. Para conpreender algo temos que ir ao centro do problema e interrogarmos porque razão é expressado desta maneira e quando tudo começou - se não sobermos isso, estaremos longe de encontrar respostas, e em vez de resolver, poderemos estar a complicar mais as coisas. As pessoas morrem, mas as ideias ficam.
Por isso, esta "importancia" tem que ser vista do ponto de vista da investigação e nunca como juizo de valor.
Sobre o legado Almoada actual não posso responder e porque não sou arabista e nem investigo o islâo actual. Ele só me interessa como elemento civilizacional que estruturou e fez parte de um quotidiano de 5 séculos na região de Alcácer e que não deve ser ignorado. Quando iniciei a minha investigação nos anos 90 do século passado, o passado islâmico alcacerense resumia-se a agumas páginas e pouco mais. Suponha-se que os muçulmanos só teriam aqui chegado a Alcácer após o ano 890. Sabia-se que a armada de almansor tinha saido de Alcácer em 997 contra a Galisa. Depois vinha 1191 e 1217 com a conquista definitiva.
Actualmente já existem algumas monografias e artigos.Sabemos que existiu continuidade entre a povoação tardo romana e a islâmica. E que foi sede regional desta parte do Atlântico, várias vezes. Se ler atentamente o meu trabalho sobre Alcácer no final do periodo islâmico, verificará que os alcacerenses eram em 1140/59 contra o 2Elitismo Almorávida" e contra o fundamentalismo Almoada, por isso preferiram pagar tributo a D. Afonso Henriques até 1160. Mesmo depois da conquista Almoada de 1191, quem na realidade governava a cidade e o território eram os Banu Waziri que após 1210 ficaram sozinhos nesta parte do Garb. Portanto, até mesmo em contexto Almoada, o seu poder centralizado e fundamentalismo fez correr muito sangue entre os muçulmanos sunitas do al-Andalus.
O problema é que eles derão inicio pela primeira vez à jhiad contra os muçulmanos que não seguissem a sua reforma religiosa, num precedente que chegou até hoje. O "importante" é pois estudar porque isso aconteceu e foi mantido até hoje.

Anónimo disse...

De facto não tinha lido com atenção o seu artigo. As minhas desculpas por o ter interpretado mal.
Mas não foram os almoravidas que deram início pela primeira vez à jhiad contra os muçulmanos que não seguissem os seus mandamentos?

ARC disse...

Sempre existiram conflitos armados entre os muçulmanos, mas era sempre uma situação incomoda, daí o nome fitna - tambem sinónimo de mulher bonita. A guerra tinha mais uma componente politica do que religiosa. Com os Almoadas a guerra é assumida pela primeira vez como "Luta Sagrada". É essa a grande diferença. Para nós a guerra é sempre guerra, mas numa perpectiva islâmica, estamos perante o problema da legalidade do "Combate Sagrado" e é isto que vai mudar no século XII e chega aos nossos dias.