sábado, março 29, 2008

Começou a contagem decrescente, para o dia de abertura ao público da Cripta Arqueológica do Castelo de Alcácer

Como já quase todos sabem, vai ser no próximo dia 18 de Abril, por volta das 11 horas.
Vai estar presente, a Secretária de Estado da Cultura, Drª Paula Fernandes dos Santos.
Ao contrário do que é normal nos meus blogs, desta vez não vou inserir nenhuma foto (porque desejo que seja novidade até ao fim).
Trata-se de um espaço museológico unico em Portugal.
É o resultado do trabalho de uma vasta equipa e parceria, desde 1994 até ao presente ano de 2008, entre a Autarquia de Alcácer e o ex-IPPAR, (agora IGESPAR).
Os trabalhos arqueológicos foram coordenados por A Cavaleiro Paixão e João Carlos Faria e o espaço museológico que vai ser inaugurado, vai ser uma justa homenagem a estes dois colegas.
Num apontamento muito pessoal, dado que acompanhei todo o processo, antes da escavação, os trabalhos de escavação desde 1994 e depois a fase de musealização até ao presente, importa realçar o trabalho e grande empenho da Esmeralda Helena Gomes e do Frederico Tatá (IGESPAR).

quarta-feira, março 26, 2008

No Castelo de Alcácer





Sem comentários!
O castelo é um espaço mágico, que nos convida à descoberta e não necessita de "expressões artisticas" desta natureza.


Encosta do Castelo de Alcácer







quarta-feira, março 19, 2008

A Delimitação do Sulcus Primigenius de Salacia


A definição de um determinado espaço para conter uma necrópole e tornar-se sagrado, obedece a normas determinadas por lei, de forma a evitar abusos e a “ira” dos Deuses.
Por outro lado, temos que ter a noção, de que o corpo legislativo não é imutável no tempo, mas varia.
Em síntese, a eclosão de conflitos no quotidiano, implicam o aparecimento posterior, de formas jurídicas para evitar confrontos entre o que se considera a legalidade e a vida social.
O Império Romano está longe de ser um espaço cultural monolítico. Ao absorver povos tão diferentes entre si, a imposição de uma lei romana (como privilégio), terá permitido uma difusão e uma forma de aculturação religiosa, que em ultima análise, permitirá a reprodução local, de formas sociais de representar as ideias romanas da “morte”.
O caso de Alcácer, poderá ser um bom exemplo.
Cidade de matriz orientalizante, com uma elite local pré-romana, com autonomia suficiente para cunhar moeda numa língua própria, fará a sua rápida “romanização” nos actos de representação social da morte, como podemos verificar na necrópole da Azinhaga dos Mártires.
Que critérios deviam possuir um determinado terreno, para poder ser transformado em necrópole?
Segundo a Lei das XII Tábuas, esse espaço tinha que estar obrigatoriamente fora do pomerium, ou seja; - do limite religioso em torno da cidade [1].
Esta linha permitia a separação entre o mundo dos vivos e o dos mortos[2].
Alcácer, é uma das poucas urbes romanas da Lusitania, onde é claro a delimitação desta linha, tendo em conta a localização das três necrópoles conhecidas, a identificação da acrópole da urbe no Castelo, o espaço portuário na Ribeira e a topografia.
Curiosamente, este sulco (sulcus primigenius), escavado ao longo de séculos pela drenagem natural das águas fluviais e provavelmente realçado por mãos humanas, será um dos elementos topográficos que irá condicionar a evolução da malha urbana de Alcácer[3], dando origem ao fosso Tardo Islâmico, relatado nas fontes medievais[4] dos séculos XII/XIII.
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[1] Segundo a lenda, o pomerium, representava o sulcro sagrado e inviolável que Rómulo tinha traçado com a charrua aquando da fundação de Roma. Esta linha delimitava-se quando se decidia fundar uma cidade (sulcus primigenius). PIMENTEL, M.C. S (1997). 5. A Vida Quotidiana. Em Civilizações Clássicas II. Roma. Ed. Universidade Aberta, p. 169-170.
[2] Este principio, demonstra a existência de preocupações em relação à salubridade pública. Por outro lado, esta postura permitia libertar espaço útil dentro da urbe, fundamental para hortas e constante expansão dentro do recinto amuralhado. Só em casos excepcionais seria permitida a honra de ser sepultado em espaço urbano, como aconteceu no caso de Augusto, Tito ou Trajano. Em Alcácer, desconhecemos se essa honra terá tido lugar!
[3] A tendência natural de Alcácer, é de ser uma cidade que se desenvolve, voltada para sul e para o rio, ao longo da margem.
[4] Muçulmanas e Cristãs.

Outra forma de Ver Alcácer e o País

Alcácer

Torrão

Santa Catarina de Sitimos

http://maps.live.com/default.aspx?v=2&cp=44.023938~-99.71&style=h&lvl=4&tilt=-89.875918865193&dir=0&alt=7689462.6842358

Recomendo este Site sobre Arqueologia Romana em Itália

Neste site é possível efectuar visitas a Ostia, Roma e Vila de Adriano.
Subir as bancadas do teatro romano de Ostia, entrar no Coliseu, ficar algum tempo na Ilha Mágica da Villa de Adriano, etc.
Com as devidas diferenças, poderemos imaginar como seria Salacia nessa época!

http://www.italyguides.it/us/roma/rome_italy_travel.htm

terça-feira, março 18, 2008

Salacia: Uma Hipotese sobre o Espaço Urbano









Trata-se de um esboço em 3D que inseri no Google Earth, para uso particular (não se encontra disponível em versão partilhada).

Para se compreender a malha urbana em contextos ulteriores, é necessário começar a desenhar e dar forma aos edifícios. A escala natural não ajuda, por isso temos que exagerar.
A localização do teatro é unicamente uma hipotese de trabalho, com base nos elementos identificados no espaço envolvente e cartografia do século passado. Em relação ao forum, o que interessa é o volume do complexo monumental. A reconstituição ainda é prematura, tendo em conta a escassa área escavada.

A Necrópole da Azinhaga do Senhor dos Martires.

Um problema inesperado identificado no decurso dos trabalhos arqueológicos na necrópole é esta estar infestada de toupeiras. Todos os dias de manhã, o panorama é este.

A urna do dia.
Pela dimensão da urna, é provável que contenha as cinzas de um jovem

Aspecto geral da área aberta ,voltada a norte.

Um sector bastante interessante da necrópole.
Sistema de drenagem?

segunda-feira, março 17, 2008

Na Azinhaga dos Mártires



A escavação arqueológica continua a bom ritmo e hoje surgiram novas urnas funerárias.

terça-feira, março 11, 2008

Localização do Complexo Arqueológico do Palatino, em Roma


Alguns Frescos do Palácio do Imperador Augusto: Roma








No início era assim que estavam alguns compartimentos e frescos. Após 50 anos de trabalho de restauro, o resultado pode ser consultado na internet. Quem puder ir até Roma, não pode perder este novo espaço museológico (no Palatino), que abriu ao público ontem, dia 10 de Março.
ARCHEOLOGIA. A Casa di Augusto (07.03.2008). Dal 10 marzo 2008 apre sul Palatino la reggia del primo imperatore di Roma, insieme dimora privata e palazzo pubblico. Con ambienti affrescati che sono il maggior complesso della pittura di II stile piena di colori sfolgoranti e decorazioni tridimensionali di GOFFREDO SILVESTRI / LE IMMAGINI =

(Fonte das Fotos: La Repubblica. Palatino, le sale mai viste della casa di Augusto.Sono quattro, hanno splendidi affreschi e si trovano nell'ala est dell'abitazione dell'imperatore romano. Saranno aperte per la prima volta al pubblico il marzo [2008]. =


O Imperador Augusto (27a.C a 14 d. C), dá início à Dinastia dos Júlio-Cláudios.
Entre 27 e 19 a. C - Coordena a conquista do Noroeste da Hispânia.
Em 23 a. C, recebe o poder tribunício.
Entre os anos 13 e 9 a. C, lidera campanhas militares na Panónia (actual Hungria) e na Germânia (Alemanha). Assume o pontificado máximo e a consagração da Ara Pacis Augustae.
Tibério recebe, em conjunto com Augusto, o Imperium Consulare.
No ano 14 d. C, no dia 19 de agosto, morre em Nola.
(A Necrópole da Azinhaga dos Mártires é coeva desta fase, contudo perdurará no século seguinte)

domingo, março 09, 2008

A Problemática das Construções com Materiais Perecíveis, em Alcácer

Iluminura Medieval, ilustrando as técnicas de caça aos lobos.

É visível a existência de estruturas em madeira, que reforçavam o sistema defensivo das habitações, neste caso em espaço rural.

(Fonte, Manuscrito existente na Biblioteca Nacional de França)

Um anónimo (num comentário recente) achou estranho a ausência de estruturas na necrópole romana da Azinhaga dos Mártires.

Na realidade, temos que estar cientes de que nem todas as estruturas que terão existido em Alcácer e no vasto território que se extende em direcção ao estuário do rio Sado, seriam erguidas em pedra, tijoleira ou taipa. As madeiras, as canas, etc, terão sido muito utilizadas ao longo dos séculos. Uma das maiores riquezas de Alcácer residia numa exploração racional das suas florestas

As fontes coevas da conquista, em 1217, são claras ao afirmarem a existência de "paliçadas" na área exterior ao recinto amuralhado, provávelmente junto à Ribeira, relacionadas com as estruturas portuárias islâmicas!

quinta-feira, março 06, 2008

Após 25 anos de Computadores: A Arqueologia e a Internet em Portugal

Para os interessados na divulgação da "Arqueologia em Suporte Digital", segue em anexo o link para um artigo bastante interessante, que expõe um ponto de situação, sobre a utilização dos computadores na Arqueologia Portuguesa, nos ultimos 25 anos.
A autora, a arqueóloga Mila Simões de Abreu, termina, apresentando um apanhado bastante util de endereços on-line sobre o que à de melhor na realidade Portuguesa.
No âmbito dos blogs de arqueologia Portugueses assinala alguns, nomeadamente o Arqueoalcácer .
Agradeço à autora esta referência, apesar de a não conhecer pessoalmente.

Imagens do Dia



quarta-feira, março 05, 2008

Diálogo " prático," entre a Arqueologia e a Escola



Elevada concentração no desenho.
Os resultados foram bons para uma primeira abordagem a esta técnica de registo.





Introdução à Arqueologia por um grupo de estudantes da secundária de Alcácer:
Neste caso, ao desenho arqueológico de campo.




Reunião de trabalho com os arqueólogos Samuel Melro e Manuela de Deus ( IGESPAR)


Ponto de situação actual, nos trabalhos arqueólogos na Azinhaga dos Mártires




A Urna romana do dia, em fase de escavação.