domingo, novembro 19, 2006

A Igreja de Santa Susana: Os Frescos





Por vezes, nos locais mais inesperados, no meio do nosso Alentejo Litoral, sinónimo de praias de areias sem fim, de sol, existem preciosidades artísticas de um tempo passado de séculos, à espera de serem descobertas

São testemunhos da existencia de artistas, com uma sensibilidade aguçada, que executavam as pinturas de uma forma especial, numa postura de paixão e emoção perante o desafio de criar algo de novo numa superfície em branco. Tratam-se de verdadeiros poemas desenhados, plenos de cor, de formas e movimento, em representações teatrais que nos convidam a imaginar...

Os frescos existentes nesta igreja de Santa Susana, são um testemunho claro de um tempo sem pressas, no final da Idade Média, onde o mais importante era representar artisticamente numa tela ou parede, pinturas de caracter religioso, que transmitem uma noção de beleza muito intima que passados estes séculos ainda nos consegue tocar... e maravilhar.

Tesouros Artísticos e Patrimoniais de Alcácer: A igreja de Santa Susana















Santa Susana. Uma freguesia de Alcácer à sua espera







Algumas ruas junto à igreja, na simpática aldeia de Santa Susana, numa manhã quente do sol de Novembro, após a chuva da noite.

quinta-feira, novembro 09, 2006

Tesouros Artísticos e Patrimoniais de Alcácer: A Igreja de Palma


















A igreja actual de Palma, resulta da reconstrução efectuada após o terramoto de 1755.
Segundo as Memórias Paroquiais de 1758, Palma foi violentamente destruida pelo terramoto.
A Igreja ruiu "...Todo o tecto era de Abóbada, as Paredes todas guarnecidas de Azulejos..."
" Como o terramoto destruiu a Igreja, se erigiu uma Casa feita de Adobes de três varas de Comprido, três e meia de Largo, e se pôs um Altar donde se diz missa aos fregueses, se lhes administram os Sacramentos, e se celebram os Oficios Divinos, está o Santissimo Sacramento em o seu Tabernáculo com toda a decência, e um grande Alpendre, ..." (segundo a leitura da dr. ª Maria Cristina Neto, que agradecemos).
A estrutura actual terá sido erguida em finais do século XVIII e inícios do Século XIX, como parece indicar a cronologia dos azulejos actualmente existentes. Trata-se de um conjunto precioso, belo e cheio de cor, ao gosto do estilo " rococó".
Segundo Correia Borges, (História da Arte em Portugal, Do Barroco ao Rococó, 1986, página160-161) a azulejaria deste periodo é caracterizada por motivos específicos do rococó, com a utilização de concheados e o regresso à policromia, procurando novas tonalidades.
Os melhores paralelos para o conjunto de Palma, podemos encontrar num painel da capela-mor da Capela de Nossa Senhora da Glória, em lisboa. Trata-se de uma composição neocássica atribuível a Francisco Jorge da Costa, feita em 1800. (José Meco, O Azulejo em Portugal, 1989, página106)