sexta-feira, dezembro 26, 2008

Para todos os que lêm este Blog e para os restantes...,

5 comentários:

Anónimo disse...

Festas felizes igualmente para todo o pessoal aí do blog.

Gostaria de propôr que o blog fizesse um modelo 3D do castelo de Alcácer do Sal recorrendo ao Google SketchUp e o introduzisse no mapa do Google Earth.
Além disso, também gostaria de saber onde posso arranjar uma descrição completa do castelo de Alcácer do Sal aquando da conquista de 1217.

Bom Ano.

Anónimo disse...

Saudações!

É verdade que a esmagadora maioria dos "mouros" eram populações autóctones ibéricas convertidas ao islamismo (Ibn-Caci, o filho de Cássio e Ibn-Marwan, o filho do galego)e os árabes e bereberes eram uma minoria, neste caso a aristocracia dominante? O caso de Alcácer era este?
Em caso afirmativo o conceito de "mouro" não deveria ser redefinido?

Um ano muito feliz para todos.

ARC disse...

Obrigado pelo comentário.
Em relação à questão que coloca a resposta não é muito simples:
- Em termos gerais, a maior parte dos "mouros" resultaram da islamização de séculos sobre a população autoctene.
- Terá havido alguns "envaziamento" populacional em determinadas regiões do sul de Portugal, que aliado a uma crescente colonização cristã começaram a "diluir gradualmente" as matrizes genéticas exteriores ao espaço Ibérico.
- A questão é na realidade muito complexa e não existem elementos adequados para defender uma Hipotese A ou B.
- Alcácer sempre foi uma cidade portuária, onde alguns chegam, outros ficam, outros constituem familia e alguns partem. O Alcacerense forma-se neste "caldeirão genético".
- Já consegui isolar algumas décadas em que as elites que governaram Alcácer eram exteriores a esta região. O maior contributo genético (dessas elites) é de origem Berber Masmuda (Zona do Atlas Marroquino a sul de Marraquexe e a zona Atlantica a sul de Rabat). Pelas fontes sabemos que existiram elementos de etnia árabe instalados nesta cidade.
O tema necessita de ser melhor investigado.

Anónimo disse...

Ou andámos a aprender a matéria errada na escola ou então as fontes históricas são um chorrilho de mentiras. No seguinte link: "http://www.cell.com/AJHG/fulltext/S0002-9297(08)00592-2" as provas genéticas da presença de mouros e judeus na Península Ibérica desafiam qualquer lógica, pelo menos ao abrigo das referidas fontes históricas. Em relação aos mouros, estas mesmas provas dizem que a população muçulmana aumentava tendencialmente, não de norte para sul, mas sim de leste para oeste. Em relação aos judeus, no caso específico do sul de Portugal, o seu número ultrapassou largamente o dos mouros.

Gostaria que comentasse o que acabo de referir e que me dissesse se a comunidade judaica em Alcácer foi muito numerosa.

Bom ano.

ARC disse...

Eu não vou responder à sua questão porque não é a minha área de investigação, mas vou unicamente sugerir algumas pistas de reflexão:
- Uma coisa é ser judeu ou mouro em termos culturais e outra é em termos genéticos.
A cultura assimila-se ou rejeita-se, ou é imposta à força.
Por outro lado o que é ser mouro ou judeu em termos genéticos?
Não pretendo responder a esta questão porque não é a minha área, mas pensemos no seguinte:
- O povo Judeu tem uma matriz cultural própria, mas aproxima-se mais de um fenício do que de um egipcio. Em termos genéticos será que tambem será assim?
A presença cultural Fenícia (e apontamentos genéticos) terão chegado à costa Portuguesa no I Milénio a. Cristo, caso de Abul, feitoria junto a Alcácer.
- Em relação aos mouros (pelo seu texto penso que se estará a referir a muçulmanos) é natural que estejam representados em menor numero em relação aos judeus, por várias razões:
-1. O factor cultural que "transformou em mouros muitos tardo romanos penínsulares.
-2. Ficaram mouros nos territórios conquistados pelos portugueses, mas assistiu-se a uma colonização com gente vinda do Norte. Com o passar do tempo, dá-se uma variação genética favorável aos povoadores vindos do norte.
- 3. As fontes muçulmanas são claras em afirmarem que sempre que podiam, as elites islâmicas do al-Andalus emigravam para o Norte de Africa e para o Oriente.
- Passados séculos, as matrizes genéticas muçulmanas orientais começam a ficar em minoria percentual em relação a outros contributos genéticos.
Em relação aos judeus, eles só foram expulsos em massa no século XVI. Mesmo após a expulsão, muitos foram obrigados a converterem-se em Cristãos Novos, dando origem a fenómenos culturais de Cripto-Judaismo.
Alguns estudos recentes sobre genética sugerem que em tempo de guerra, os genes das populações em stress e que são dominadas entram em declineo, enquanto o património genético das populações vencedoras começa a dominar. E porque é que isso acontece?
Vejamos o seguinte:
- A mulher biologicamente mais depressa que o homem.
-Em caso de guerra, morrem mais homens jovens que mulheres na mesma faixa etária.Em teoria o património genético masculino começa a ficar com menos qualidade. Se a isso associarmos uma persentagem elevada de mortes para o grupo de homens jovens do grupo que é derrotado, verificamos que este fica em desvantagem em relação ao grupo que vence.
É o que irá acontecer no sul do país. A uma colonização cultural, resulta com o passar dos séculos a uma alteração da matriz genética, que começa a ser numericamente favorável ao grupo dominante.
Por isso e como o tema é complexo, antes de se chegarem a conclusões, deve-se determinar os itens em análise que foram valorizados ou tidos em conta no estudo.