sábado, dezembro 06, 2008

Os 15 Dardos

Presumo que é a primeira vez que este Blog recebe um prémio atribuido por outros blogueiros.
Recebi a destinção que desde já agradeço, da Guida Alves, que tem desenvolvido o blog Vemos, Ouvimos e Lemos :
http://vemosouvimoselemos.blogspot.com/
Aproveito por fazer "minhas" as suas palavras, em relação a este Prémio e aos Objectivos que procura concretizar:
(Sic) "O Prémio Dardos” tem por objectivo "reconhecer o empenho que cada blogueiro ao transmitir valores culturais, éticos, literários e pessoais, e que demonstram a sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre as suas palavras”. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que acrescente valor à Internet.
As normas básicas que regem a atribuição do Prémio 15 Dardos são:
- Exibir a imagem do prémio no respectivo blogue;- Indicar a ligação ao blogue do qual recebeu o prémio;
- Escolher quinze (15) outros blogs aos quais entregará o Prémio Dardos.
Este é o desafio mais complicado, mas como têm que ser efectuado, por isso escolhi de momento os seguintes Blogs:
http://litoral-aletejano.blogspot.com/
http://mardachincha.blogspot.com/
http://cli-arabe.blogspot.com/
http://trans-ferir.blogspot.com/
http://almadanblog.blogspot.com/
http://imprompto.blogspot.com/
http://viasromanas.blog.pt/
http://www.cartarqueologicaevora.blogspot.com/

9 comentários:

Anónimo disse...

Muitos parabéns pelo prémio, é mais do que merecedor, só é pena que tenham acabado com o blog Arqueoalcacer.

Pr. António Rafael Carvalho, gostaria imenso que me tirasse uma dúvida.
Vi um documentário num dos canais por cabo da BBC sobre a presença islâmica na Península Ibérica e na Sicília apresentado por um autor inglês, ele próprio muçulmano, em que ele constatava com uma certa tristeza que quando os islamistas ouvem falar do Al-Andaluz não o associam à convivência e cooperação entre o islão e o occidente, mas sim à derrota do islão às mãos do occidente. Além disso muitos islamistas ainda tencionam recuperar a Península Ibérica (!?).
Sei que o senhor é Arqueólogo e não sociólogo, mas deve ter algum conhecimento da actual sociedade islãmica. Acha que estes sentimentos são generalizados entre os povos muçuimanos, ou são exclusivos de uma minoria de fundamentalistas fanáticos desfazados da realidade?

Anónimo disse...

Soube agora, com grande pesar, que o Professor João Carlos Faria tinha falecido. Não só foi uma grande perda para este blog, como para a cultura do nosso país. Deixo-lhe aqui a minha mais sincera homenagem.

A pergunta que gostaria de fazer era porque razão é Alcácer do Sal uma das cidades do sul do país onde os muçulmanos deixaram mais vestígios, já que há outras em que a presença muçulmana foi mais prolongada (471 anos em Alcácer, de 715 a 1160 e de 1191 a 1217, 537 anos por exemplo em Lagos, de 713 a 1250). Será que As características dessa mesma ocupação foram diferentes?
Gostaria muito que me respondessem.

Anónimo disse...

Peço desculpa pelo meu lapso, pois o Professor João Carlos Faria faleceu em 2006, coisa que eu desconhecia. Mas isso não invalida a homenagem que lhe prestei.

Gostaria muito que me respondessem à questão que pus.

ARC disse...

Em relação ao primeiro comentário, a questão é complexa. Os muçulmanos são como nós, são pessoas que trabalham o dia à dia e cuidam da família e estão preocupados com o futuro. O que eu quero dizer é que em termos de memória histórica, os seus sentimentos são semelhantes aos nossos quando gostamos de recordar a nossa história, neste recanto da Europa ou nos outros continentes em que estivemos como poder politico ao longo de vários séculos, basta lembrar da India, Brasil, Ceilão, Africa, etc. Por vezes à certos desejos que simplesmente não passam de palavras, mas ao contrário do que muitos pensam a história não para... Efectivamente existem correntes islamicas que desejam reconstruir o al-Andalus, mas são uma minoria. O al-Andalus representam na perpectiva islâmica uma espécie de "paraiso perdido", onde conviviam as três religiões do Livro - Judeos, cristãos e muçulmanos. Sempre foi um espaço diferente em termos culturais. Por outro lado, foi conquistado precosemente, numa fase em que a própria lingua árabe se estava a estruturar em termos de escrita. Em suma, este território faz parte do património cultural e religiosos do mundo islâmico e é por isso que ele nunca é esquecido...

ARC disse...

Em relação ao segundo comentário.
Infelismente é verdade, o arqueólogo João carlos Faria já não está fisicamente entre nós. Obrigado pelas suas palavras sobre um Alcacerense que deu um rosto próprio ao Património e História da sua terra.
Sobre a questão que me coloca, a resposta é simples: Alcácer era o mais importante porto oceânico a sul de Lisboa e a norte do Algarve, no interior de um estuário abrigado aos ventos norte, rodeado de florestas e junto a uma costa desabrigada, onde existia Sines, que pouco podia fazer perante um ataque naval. Por essa razão, Alcácer foi praticamente desde a instalação dos Banu Danis em finais do século IX uma base militar e sede de poder autónomo em várias fases do periodo islâmico que em termos politicos durou praticamente 5 séculos. Por outro lado, sempre teve investimento do poder central islâmico, estivesse ele instalado no al-Andalus ou no Magreb.
Por ser a base militar islâmica mais importante localizada a sul de Lisboa e a norte do Algarve e junto à costa, ela foi escolhida para ser sede do ramo Português da Ordem de Santiago.

Anónimo disse...

Muito obrigado pela sua resposta.

Uma última pergunta: Porque é que não há vestígios do 1º domínio cristão em Alcácer (1160-1191)? Dever-se-á ao facto de nesse período ser ainda maioritariamente povoado por muçulmanos, apesar do domínio militar cristão?

ARC disse...

Essa questão já foi em parte respondida no trabalho Alcácer no Final do Periodo Islâmico (séculos XII-XIII) que está alojado no site do município de Alcácer.Endereço: -http://www.cm-alcacerdosal.pt/PT/Actualidade/Publicacoes/Paginas/EstudosdoGabinetedeArqueologia.aspx
De facto existe uma presença portuguesa de 30 anos, que aparentemente em termos de documentação arqueológica teima em permanecer invisível. Os ultimos dados permitem entender o porque desta situação: - Por norma costuma-se associar a cada credo religioso um conjunto específico de peças de uso quotidiano. Os dados recentes permitem supor que em termos de cerâmicas de uso quotidiano, as peças do quotidiano seguiam as formas islâmicas do século XII. Trata-se de um tipo de cerâmica ideológicamente "neutra", e funcional. De 1160 a 1165, Alcácer resume-se a um enclave cristão em território islâmico. Sé em 1186 é que Alcácer é cedida oficialmente à Ordem de Santiago. Resumidamente estamos perante que tipo de cidade? - Estamos em presença de uma base militar cristã voltada para a guerra e que vive dela, por isso o investimento é escasso (falta de recursos) e desnecessário muitas das vezes porque não existe em termos ideológicos problemas em habitar espaços arquitectónicos diferentes.
O panorâma muda complectamente após 1217. A cerâmica usada em contexto almoada em Alcácer, serve de propaganda ao estado islâmico, por isso é posta de parte as peças profundamente decoradas com frazes em árabe. Como a nossa base de análise arqueológica assenta muita das vezes na análise da cerâmica, é natural que uma presença culturalmente, ideológicamente e religiosamente diferente, mas que usa o mesmo tipo de cerâmicas, permanece invisível numa primeira análise.

Anónimo disse...

Mais uma vez muito obrigado pela resposta.

litoralentejano disse...

Vi que recebi da sua parte a nomeação para dos 15 blog's seus preferidos. Muito Obrigado! No entanto eu não irei colocar esse prémio no meu blog pois estamos no ar á apenas dois meses... o blog está a ainda a dar os primeiros passos... parabens pela nomeação